Noite que Não Queres Ir Embora

Você Tem uma Noite Que Não Quer Voltar para Casa
Lembro-me de uma noite no inverno passado — aquela em que as luzes da cidade se transformavam em raios dourados e o ar cheirava a asfalto molhado e risos distantes. Sentei-me na minha varanda com um chá já frio, observando o céu escurecer do roxo ao azul-escuro.
Não queria entrar.
Não porque estivesse fugindo de algo, mas porque aquele momento me fazia sentir em casa.
A Rebelião Silenciosa de Permanecer Acordado
Ensina-se que solidão é falha. Que se sentimos pesados às 2 da manhã, devemos estar errados.
Mas e se sua insônia não for um defeito? E se for sua alma sussurrando: Fique aqui. Isso é sagrado.
Nas minhas noites assim, não há perda — há escrita de cartas que ninguém lerá, rabiscos de ideias nos cantos do papel ou apenas silêncio com pensamentos que não precisam de resposta.
A verdade? Não somos demasiado sensíveis. Somos demasiado reais.
E às vezes — só às vezes — querer ficar acordado para sempre não é evitação. É devoção.
Quando a Mente Torna-se seu Lar
Uma vez compartilhei isso com uma amiga sobre café: “Acho que sou mais feliz quando não estou tentando ser feliz.” Ela sorriu levemente e disse: “Isso parece amor.”
Talvez seja mesmo.
Porque quando deixamos de fingir felicidade para os outros — e permitimos apenas ser no nosso estado confuso e cheio de emoções — começamos a nos encontrar.
Não se trata de consertar nada. Trata-se de aparecer com honestidade, mesmo quando dói.
Este ritmo de permanecer acordado? Não é rebeldia contra o sono — é ato de confiança em si mesmo.