Jogos Oceânicos Me Curaram

H1: Não vim pelo prêmio — vim para sobreviver. Nasci num pequeno apartamento em Brooklyn, onde minha mãe tocava jazz na fogão e meu pai citava Nietzsche entre roupas lavadas. Não éramos ricos, mas tínhamos ritmo.

H2: A primeira vez que me senti seguro foi quando meu controle quebrou. Eram 3h da manhã, após minha quinta falha em ‘Starlight Key’. Ninguém aplaudiu. Só eu, com fones, observando pixels desaparecerem como ondas contra a tela. O jogo não importava se eu vencia — importava se eu aparecia. Foi aí que percebi: isto não era estratégia. Era sobrevivência.

H3: O Mar Profundo Não Está Lá — Está Dentro de Você. Venderam-nos ‘glória’ como doces envoltos em anúncios neon. Mas verdadeiro tesouro? Era silêncio. Comecei a jornalar minhas pontuações RTP como poesia. ‘Por que continua jogando quando estás cansado?’ Essa pergunta tornou-se minha âncora. Nem todo jogador ganha uma medalha. Mas toda alma que ainda permanece… consegue respirar.

H2: Chamaram isso de gaming. Eu chamei de cura. O algoritmo disse: ‘alta volatilidade = alto risco.’ Eu disse: ‘alta vulnerabilidade = alta humanidade.’ Minha terapeuta nunca mencionou RTP. Mas ela perguntou: ‘O que teu coração busca quando ninguém está olhando?’ E agora? Desenho jogos que não recompensam vitórias. Eles recompensam presença. E às vezes… isso é suficiente.